O povo e a cultura | Viagens ao Extremo | Coreia do Norte

O POVO E A CULTURA

Os coreanos são um povo etnicamente e culturalmente homogêneo, em termos de sua herança racial, feições de rosto, língua e história. Nenhuma outra guerra foi e é tão amarga entre dois irmãos, o que descreveria a condição coreana perfeitamente. A população dos dois países quer a unificação, mas não conseguem concordar sobre como isso poderia acontecer. A diferença mais óbvia é a de que a Coreia do Sul possui uma grande influência ocidental, visivelmente presente na cultura pop capitalista, que acabou penetrando através do desenvolvimento da economia da Coreia do Sul e também à presença de tropas americanas, até hoje, no país.

O número de minorias na Coreia do Norte é restrito a chineses e a alguns japoneses e alguns discretos expatriados, cuja presença nunca conseguirá desfazer as décadas de existência hermética do país.

Pelas dificuldades sofridas pelo país desde a guerra até após muitos anos, não é de se surpreender que na Coreia do Norte, mais do que em qualquer outro lugar, as amizades demoram a ocorrer e precisam de grande confiança. Dito isto, esses amigos feitos são amigos para toda a vida e são notavelmente generosas e calorosas. A maioria dos coreanos, como todo mundo, gostam de uma bebida e de dançar, de fazer um piquenique no bosque, pois os coreanos são pessoas como todas as outras. Essas noções veiculadas na mídia ocidental de que os norte-coreanos são autômatos sem vida devem ser completamente ignorados. Uma caminhada no parque, particularmente em um feriado nacional, é um belo modo de conhecer as pessoas. Lembre-se de sempre cumprimentar e sorrir enquanto passa por todo o país.

A educação

As crianças na Coreia do Norte vão para pré-escolas estatais ou creches, de modo que seus pais possam trabalhar normalmente. A partir dos 4 anos recebem uma educação universal obrigatória de 11 anos, começando com um ano no jardim de infância. Deste modo, a Coreia do Norte possui altíssimos níveis de alfabetização. Os uniformes, para todos, são a parte de baixo azul, camisas brancas e um lenço vermelho no pescoço. Os alunos podem ter no braço pequenas insígnias com faixas brancas e pequenos asteriscos. O número dos dois itens indica uma posição de responsabilidade (asteriscos indicam trabalho) na escola, classe ou grupo de classe (demonstrado pelas faixas).

A educação possui três fortes temas de conhecimento prático (matemática, ciências) e conhecimento político (Juche). O terceiro tema envolve “educação social”, a qual Juche descreve em detalhes. As crianças ingressam na Corporação Pioneira e na Liga Juvenil dos Trabalhadores Socialistas quando elas aprendem como funciona a vida coletiva, e as crianças podem também ingressar em várias atividades extracurriculares nos “palácios da criança” por todo o país. Crianças mais velhas são designadas no tempo certo para ajudar nas lavouras e para outras atividades de trabalho que as apresentarão aos trabalhadores e ao mundo. Os alunos prosseguem para o ensino médio e então para as forças armadas, universidade ou para unidades de trabalho específico.

Ingressando nas forças armadas

Dos 17 aos 25 anos de idade, os norte-coreanos são elegíveis para a conscrição no Exército Popular da Coreia, na Marinha ou Força Aérea por pelo menos três anos. A menos que eles não passem nos exames físicos para ingressar no exército, os jovens podem se livrar do militarismo ou serem deferidos pelo ingresso em uma universidade ou por se qualificarem para algum tipo de trabalho específico. Os homens e mulheres militares não são somente para a defesa do país, mas também trabalham em projetos de construção e nas fazendas, provendo suplementos ou trabalhar em uma das muitas sub-indústrias do Exército Popular da Coreia e, no país, uma em cada cinco pessoas trabalha direta ou indiretamente para as forças armadas.

As mulheres

Na antiga Coreia, as mulheres eram seres inferiores, pois o confucionismo dizia que as mulheres deveriam ser subservientes aos maridos, assim como simboliza o yin-yang. As mulheres não poderiam ser vistas nas ruas, e de fato ficavam em prisão domiciliar dentro de quatro paredes durante o dia, quando iam aos seus afazeres como donas de casa e mães. As mulheres precisavam estar acompanhadas para saírem de casa.

As mulheres na Coreia de hoje são emancipadas e educadas, e na Coreia do Norte seu status igualitário e seus direitos sociais são aclamados pela constituição. No trabalho, a força de trabalho feminina fica por volta da mesma do homem, em 50%. Mulheres profissionais fizeram carreira no Partido da Liga das Mulheres Democrática da Coreia e no judiciário, e muitas fazendas cooperativas são comandadas por mulheres, fato esse dado desde a época da falta de homens durante a Guerra da Coreia.